DYLAN MARTINEZ/REUTERS - 10.12.2022
Mais de três horas depois da eliminação do Brasil para a Croácia na Copa do Mundo, Richarlison ainda estava aos prantos. Na saída do estádio Cidade da Educação, o atacante pediu desculpas pelo resultado nesta sexta-feira (9) e ainda disse que gostaria de ‘não aparecer nunca mais’.
Os olhos vermelhos e inchados entregavam horas de um choro genuíno. Do caminho do campo até os vestiários, passando pela zona mista para falar com os jornalistas, o camisa 9 não conseguiu secar as lágrimas. A voz embargada e ainda mais baixa que o de costume era o sinal de que não queria estar ali naquela situação.
Ao longo do Mundial, Richarlison foi quem mais se identificou com o jeito do torcedor brasileiro fosse por se solidarizar com ataque a escolas no Espírito Santo, fosse por dividir uma bola com a cabeça contra a chuteira de Modric. Por isso mesmo, ele próprio se definiu como ‘um torcedor em campo’.
“Pedir desculpas aos familiares, todos que vieram aqui, aos que ficaram no Brasil torcendo por nós. Agora é ir para o quarto chorar. Dá vontade de entrar em um lugar e não aparecer nunca mais. Eu sou jogador, mas sou um torcedor em campo. Então é difícil esse momento. Agora é ir para casa. Infelizmente a taça não veio. Criamos uma expectativa muito grande, mas infelizmente falhamos”, resumiu o jogador.
MATTHEW CHILDS/REUTERS - 10.12.2022
Richarlison ainda lamentou que os experientes jogadores não estarão na próxima Copa. Em 2026, a competição acontecerá no Canadá, Estados Unidos e México. O camisa 9 terminou o seu primeiro Mundial com 25 anos, três gols e quatro partidas (foi poupado contra Camarões).
“Têm muitos que não vão voltar mais. Dani [Alves], Thiago [Silva] provavelmente. Difícil de engolir uma derrota dessa. Mas como eu falei, temos uma vida pela frente. É chorar agora, mas levantar a cabeça”, disse.
O Brasil se despediu da Copa ainda nas quartas de final. Segundo o jogador, a equipe poderia ser campeã. Essa foi a quinta eliminação seguida para europeus em Mundiais: Croácia (2022), Bélgica (2018), Alemanha (2014), Holanda (2010) e França (2006).
